Raquel Negrão; Luiz Santos Filho. 2015. Hiraea restingae (MALPIGHIACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do estado do Rio de Janeiro (Anderson, 2014), com ocorrências nos municípios de Cabo Frio (Farney 4315), Macaé (Farney 3443), Rio das Ostras (C.C.Reis 69), Saquarema (Farney e Gonçalves 3540; Freitas 17) e em localidades da cidade do Rio de Janeiro, como restinga da Barra da Tijuca (Anderson 11195), Alto da Boa Vista (Sucre 820) e Marambaia (Braga et al. 2211).
Espécie endêmica do Estado do Rio de Janeiro, foi descrita recentemente, apesar de coletada desde a década de 1930 nos municípios de Cabo Frio, Macaé, Rio das Ostras, Saquarema e em localidades da cidade do Rio de Janeiro, predominantemente, nas restingas da Barra da Tijuca e Marambaia (Anderson, 2014). Apresenta distribuição restrita (AOO=36 km²) e população fragmentada, relacionadas à especificidade de habitat em áreas de Restinga e de vegetação aberta e seca com solos arenosos, atualmente fragmentadas pela expansão urbana e pressão antrópica (Leme, 2000; Davidovich, 2001; Neves Filho, 2009; Ribeiro e Oliveira, 2009; Filho et al., 2010; Tougueiro e Faria, 2010; Bohrer et al., 2015). A espécie não é coletada desde a década de 1970 na Barra da Tijuca, quando a região teve um grande impulso de ocupação direcionado pelo Plano Piloto, que inicialmente previa a urbanização associada à preservação do meio ambiente e, que posteriormente teve essa premissa abandonada (Gomes, 2004). Considerando as ameaças incidentes de altíssima severidade, pela conversão dos habitats da espécie, estima-se declínio contínuo de EOO, AOO, qualidade de habitat e de subpopulações.
Espécie descrita recentemente em Edinburgh J. Bot. 71(3): 375. 2014.
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
---|---|---|---|---|---|
1.1 Ecosystem conversion | 1 Residential & commercial development | locality,habitat,occupancy | past,present,future | local | very high |
A maior parte das coleções dessa espécie possuem mais de 20 anos e são em áreas de restinga, ao longo do litoral fluminense, sob forte pressão antrópica hoje (Almeida com. pess.). A ocupação desordenada no entorno da Restinga de Ipitangas situada no município de Saquarema representa uma ameaça à espécie (Filho et al., 2010). O adensamento populacional na Região dos Lagos vem crescendo consideravelmente nas últimas décadas, em função, principalmente, de investimentos na infraestrutura de transporte, que facilitou o investimento imobiliário (Davidovich, 2001). Cabo Frio vem apresentando nas últimas quatro décadas um ritmo de crescimento bem acima da média estadual e mesmo nacional, em decorrência sobretudo do turismo em sua orla marítima, que influenciou toda sua infra-estrutura urbana (Ribeiro e Oliveira, 2009). As áreas mais afetadas estão localizada nas sedes municipais, no entorno da Lagoa de Araruama, ao longo das rodovias RJ 106 e RJ 140 e nas áreas costeiras (Bohrer et al., 2015). A vegetação de restinga, entre os municípios de Cabo Frio e Casimiro de Abreu, foram praticamente eliminadas nos últimos 20 anos. O principal motivo para essa perda foi o acentuado crescimento de empreendimentos imobiliários e loteamentos (Leme, 2000). Áreas de manguezais e restingas em Macaé vem sofrendo com um histórico de ocupação ilegal, com registro de queimada da vegetação, aterro do mangue e supressão da vegetação de restinga (Tougueiro e Faria, 2010).Quase metade das coleções de H. restingae são antigas e de restingas na Barra da Tijuca, no município do Rio de Janeiro, sendo essa uma das fitofisionomias mais afetadas pelo crescimento urbano na zona oeste do município (Neves Filho, 2009). | |||||
Referências:
|
Ação | Situação |
---|---|
1.1 Site/area protection | needed |
A espécie não ocorre em nenhuma das Unidades de Conservação com fitofisionomias de Restinga, habitats potenciais da espécies (Almeida, com. pess.). |